segunda-feira, 18 de março de 2013

Poeta Cigano

Como me é aprazível, a chegada da aurora,
Nesse instante vindo, no meu, amanhecer,
O tédio descortinando, que ora, me devora,
Num momento que fadado estava a morrer!

Solidão essa que pouco a pouco me definha,
Talvez, esse dia, me traga novas esperanças,
Será que ouviu a aurora, as preces minhas,
Pra acabar de vez minhas tristes lembranças?

Ainda, as lágrimas correm, em meu interior,
E a minha alma se sente nua, frágil e, vazia,
Como podemos apagar seus rastros de amor,
Se há uma acesa chama que nela vive e vivia?

E, essa doentia febre, que se chama, paixão,
Que a tudo resiste e, só ali quer permanecer,
Ou, será que não sabe ela, que um coração,
Tão só de esperanças e ilusão não pode viver?

Hoje, sou como uma fruteira sem o seu fruto,
Estéril, carente, que, a sós no campo, padeço,
Será que me é perdida essa batalha, que luto,
E, nessa vida de solidão viver eu mereço?
CARLOS RIMOLO

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